quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Perguntas & Respostas - 4

Pergunta (de Dedo Político): Será Portugal governável sem uma maioria absoluta?

Resposta: Perfeitamente! Essa teoria de que só é possível governar se se tiver uma maioria absoluta e, logo, se puder fazer tudo o que se quiser, é uma tese própria de ditadores que nunca estão dispostos a negociar e a terem de encontrar pontos de entendimento com outras forças políticas que não a sua, e que nunca conseguiram, nem nunca conseguirão compreender que, tal como já se ensinava na Grécia Clássica, a essência da Democracia não é a ditadura de uma maioria (que circunstancialmente se formou), mas sim a preservação das minorias. Até porque estas podem ter, como ao longo da História têm tido muitas vezes, razão naquilo que defendem…

2 comentários:

  1. Realmente não compreendo como vingou esse mito e se enraizou de tal forma neste País. É que à custa das maiorias, mais parece um território a ser pilhado, até ao último euro...

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  2. Na minha modesta opinião, colocar a questão de saber se é melhor uma maioria absoluta ou uma maioria relativa, traz já implícita a ideia de que a solução governativa, seja ela qual for, será sempre encabeçada pelo PS ou pelo PSD. Ora, para usar uma expressão retirada da filosofia das ciências, o que se impõe hoje (e o que de certa forma já está a acontecer) é uma "mudança de paradigma", ou seja, o cenário para o futuro é para ser imaginado sem uma governação dirigida pelo PS ou pelo PSD. Não é essa, afinal de contas, a primeira condição para se encontrar uma solução governativa capaz de retirar o país do pântano? O que faz falta depois? Duas coisas, no meu entender: um programa de "salvação nacional" colocado sob a égide da população que vive do seu trabalho e não da minoria que vive do trabalho dos outros, e a participação activa dos cidadãos, quer na definição desse programa quer na sua aplicação. O que se segue é o que sempre caracterizou as sociedades humanas ao longo da história: a luta, o debate, as rupturas, os compromissos, o sonho, o imprevisível, a busca de uma vida melhor. Há algum drama neste drama? Penso que não.

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