quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DEVE DEMITIR-SE DE IMEDIATO!

Na desastrosa comunicação de ontem ao país o Presidente da República revelou pela primeira vez o que pensa em privado. Ora, a verdade é que tal revelação o que veio demonstrar foi uma grave ignorância do que é a cultura política e democrática e do modo como ela impõe que o cargo seja exercido. E quem pensa assim em privado, não pode ser Presidente da República! Antes de mais, o Presidente da República não poder ser fonte de instabilidade política. E se, como se cansou de invocar, nunca falou de escutas, então deveria ter de imediato desautorizado a fonte de Belém que falou de escutas ao Jornal Público. E a verdade é que nunca o fez, nem na altura, nem ontem!
Depois, o Presidente da República pretende vir invocar perante o País que ignoraria aquilo que o mais jovem dos utilizadores do Magalhães está farto de saber. Na verdade, basta saber ler jornais – coisa que não se sabe se o Presidente da República já faz… – para saber que até nos computadores do Pentágono há permanentemente piratas informáticos a procurar entrar, mas que tal não significa que seja o Governo a fazê-lo. Esta aparente “virginal ignorância” mostra também que Cavaco Silva não tem condições nem competência para exercer o cargo de Presidente da República. Acresce que a Casa Militar da Presidência da República tem meios para fazer o varrimento de todos os sistemas de comunicação utilizados, e ninguém consegue perceber porque é que o Presidente da República não o mandou antes fazer, nem o manda fazer agora todas as semanas.
Por outro lado, ao formular as insinuações com que brindou o País, perguntando como é que dirigentes do PS saberiam dos passos dos elementos da sua Casa Civil, o Presidente da República está é afinal a confessar que tais membros deram mesmo esses passos. Mas, mais do que isso, o Presidente da República dá assim a conhecer publicamente que acha que os membros da sua Casa Civil podem fazer tudo, inclusive, colaborar na elaboração de programas partidários, produzir uma pseudo-denúncia que é a fonte de todas as manipulações e até fazer conversas como as que foram relatadas pelos Jornais. Deste modo o Presidente da República não consegue esconder que quem pretendeu manipular foi ele e a sua Casa Civil, e de que não há uma única prova de que qualquer outro Partido o tenha querido fazer! E confessa sem apelo nem agravo que, sendo ele que está por detrás de toda esta grosseira mistificação, tudo o que o faz falar agora é a fragorosa derrota que sofreu no passado Domingo – nas últimas eleições legislativas não foi, pois, o PSD que foi derrotado, foi o próprio Presidente da República!
Ora este tipo de conduta por parte do mais alto representante da República Portuguesa ultrapassa todos os limites da tolerância e de decência que lhe são exigíveis. E se é certo que o nosso sistema constitucional não prevê, ao invés do que sucede com outros, a possibilidade do afastamento do Presidente da República, o certo é que, depois de tudo isto, o Povo Português tem o pleno direito de exigir a Cavaco Silva que apresente ao País não apenas todas as explicações devidas como um pedido de desculpa, e ainda que renuncie de imediato ao cargo.
A verdade é que já não explicou o seu negócio com acções na SLN. Como não explicou por que é que manteve durante tanto tempo Dias Loureiro no Conselho de Estado. Como agora também não explicou como aparece a fabricar boatos manipulatórios. E na situação difícil em que o País se encontra, é absolutamente inaceitável que o Presidente da República se constitua como fonte de barafunda institucional – e por isso deve demitir-se!
É, por fim, de assinalar o modo mais completamente equívoco com que os vários Partidos reagiram a este despautério presidencial, muito em particular o PS, que não ousou denunciar a autoria das manipulações e mostra ter esquecido que – tal como decerto em breve se verá – quem poupa o inimigo, em particular na altura em que este comete o seu maior erro, às mãos lhe acabará por morrer!...

Um verdadeiro golpe de Estado palaciano !


A comunicação de Cavaco Silva de terça feira à noite, em meu entender, só veio comprovar que tinha razão quando exigi que ele desse explicações ao País, pedisse desculpa aos portugueses e renunciasse ao cargo.
Na verdade, o que Cavaco veio dizer é que não é crime nenhum encomendarem-se "notícias" aos jornais, que não acredita que o seu Assessor tenha feito algo de mal mas que mesmo assim o demite. E, finalmente, que suspeita que o sistema de comunicações informáticas da Presidência da República foi devassado por alguém, que obviamente só pode estar ligado ao Governo.
Mas se assim é, todas as questões que coloquei aquando da demissão do Assessor Fernando Lima se mantêm inteiramente pertinentes! Encomendar notícias é um truque absolutamente inaceitável por parte de um PR de um Estado de Direito Democrático. Mesmo que o Assessor tivesse agido à sua revelia e contra a sua opinião - e já se viu que não foi - deveria demitir-se à mesma porque um Presidente que tem Assessores desses não pode merecer a confiança do Povo.
E finalmente, se tem suspeitas de que as suas comunicações sejam interceptadas, não vem para a Comunicação Social especular sobre isso mas apresentava a competente queixa crime e se tinha indícios de que era o Governo o responsável demitia-o de imediato.
Independentemente da posição que se tenha sobre Sócrates e o PS, fazer o que Cavaco fez, e em particular dois dias depois das eleições e à beira da tomada de posse do novo Governo, é de todo politicamente inaceitável e só tem um nome - é um verdadeiro "golpe de estado palaciano"!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ao Trabalho !

Agora que findou o “ruído eleitoral” os portugueses vão ser confrontados com a real situação de um País fortemente dependente e brutalmente endividado (com uma taxa que deve chegar aos 100% do PIB no final do ano), com um défice orçamental que já vai em 6% e deverá atingir em Dezembro os 8% e com um desemprego estrutural e crescente que irá em breve ultrapassar os 10%.
O PS, responsável pela governação que conduziu a esta situação catastrófica, ganhou estas eleições, depois de ter beneficiado de toda uma série de “tiros nos pés” por parte do PSD mas a verdade é que não apenas perdeu a maioria absoluta como, relativamente às eleições de 2005, teve menos meio milhão de votantes.
Assim, José Sócrates terá agora de fazer aquilo que, ao longo destes últimos 4 anos, sempre proclamou não poder nem querer fazer, ou seja, terá de governar com uma maioria relativa e de chegar a entendimentos com outros partidos para conseguir aprovar leis e decisões no Parlamento.
Deste modo, sendo óbvio que o Povo Português, depois de todas as medidas anti-populares que Sócrates tomou ao longo desta Legislatura, lhe retirou a possibilidade de governar sózinho, a grande questão reside agora em saber que entendimentos vai ele fazer e com quem para, defraudando aquela posição popular, continuar a aplicar a mesma política.
Quando ao PCTP/MRPP, embora não tenha conseguido (ainda) atingir o objectivo da eleição de 1 deputado, o facto é que alcançou uma significativa vitória, afirmando-se claramente como a primeira força política extra-parlamentar e ultrapassando folgadamente a meta dos 50.000 votos, obtendo mais cerca de 5.000 votos do que nas Legislativas de 2005, e mais cerca de 11.000 do que nas Europeias de Junho último. O que constitui uma excelente base de trabalho para a nossa actividade futura e desde logo para as próximas eleições legislativas que, dada a situação política criada com estes resultados, deverão ocorrer já em 2011.
Ao trabalho, pois!

(Não consigo deixar de referir que, ainda hoje, apesar dos nossos resultados, o Jornal Público se permite listar os resultados eleitorais distrito a distrito, contendo as votações nos 5 partidos do poder e... no MEP!!! Feito o devido protesto pelos serviços da candidatura, o editor de serviço Alvarez respondeu que... amanhã seria publicada uma “errata”! Palavras para quê? São os chamados “critérios editoriais”!!!)

A Luta Continua

Não elegemos deputado, mas ultrapassamos 52.000 votos e afirmamo-nos claramente como o primeiro partido extra-parlamentar, esvaziando balões como o MEP, que teve menos de metade dos nosso votos e o MMS, vencendo manobras de cerco e aniquilamento. As ideias que defendemos são justas e a eleição há-de ser um dia. Bem hajam.

Rescaldo, no Público


Nenhum dos partidos mais pequenos chegou a atingir a fasquia de um por cento nestas eleições legislativas, mas o PCTP/MRPP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses) aproximou-se muito desse resultado.
O partido liderado por Garcia Pereira obteve 0,93 por cento dos votos (52.633 eleitores), seguido de longe pelo Movimento Esperança Portugal (MEP), que se ficou pela metade, com 0,45 por cento (25.338 votos).
O PCTP/MRPP ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 50 mil votos que lhe permite receber a subvenção estatal, o que segundo Garcia Pereira é a “afirmação clara do partido como o maior dos extra-parlamentares”.
Para o cabeça-de-lista do PCTP/MRPP pelo círculo de Lisboa, este resultado vai permitir ao partido dispor de meios que até aqui não estavam ao seu alcance, sendo uma “magnífica vitória a nível nacional”. Garcia Pereira salientou a perda da maioria absoluta do PS que considera obrigar o “Eng. Sócrates a encontrar alianças e entendimentos de que até agora não foi capaz”. “Em Lisboa não será possível eleger um deputado. Assumo essa responsabilidade política mas também digo que se não for desta vez, outras vezes existirão de certeza”, concluiu Garcia Pereira.

sábado, 26 de setembro de 2009

Sporting - Benfica (derby fedorento)

Flash Interview dos Gato Fedorento, logo a seguir ao programa de ontem. Não percam, é de ir às lágrimas (cliquem sobre a imagem).

Humor Fedorento


Fui completamente esmiuçado pelos Gatos. Podem ver/rever o resultado na sic online em http://sic.sapo.pt/online/sites%20sic/gato-fedorento/esmiuca-os-sufragios.
Foi efectivamente um privilégio. Tive o prazer de conhecer pessoalmente os "Gatos", por quem nutro um carinho especial desde os tempos da SIC Radical e que creio terem até ao momento desenvolvido um percurso profissional muito interessante.
Tive aliás a oportunidade, na amena cavaqueira que se seguiu ao programa, de lhes transmitir a ideia de como o humor inteligente que eles praticam, sobretudo perante o deserto de ideias que foi esta campanha, se está a substituir ao debate político que deveria ter havido e não houve, permitindo abordar de forma irónica alguns dos temas mais importantes da actualidade. Um pouco, mas cada vez mais, à semelhança do que se passava antes do 25 de Abril, altura em que a crise social e política se tinha de fazer sob a forma de humor. Foram momentos de excelente convívio e boa disposição!
E se o convite do Ricardo Araújo Pereira para eu ser esmiuçado constituiu uma honrosa excepção nesta campanha só a "5", a verdade é que, estranhamente ou talvez não, a SIC não só não anunciou desde a véspera a entrevista, como no respectivo facebook só foi colocada a indicação às 15h00, e, mais, às 15h30 de hoje, a quem ligasse a perguntar quem seria o convidado desta noite, era respondido "Garcia Pereira, mas ainda não está confirmado".
Tudo isto quando o convite foi aceite há 1 semana!! Eles (SIC) lá saberão porquê...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ontem, na baixa de Lisboa - relato publicado no Diário de Notícias


Em passo rápido, Garcia Pereira fez o percurso entre a estação de comboios do Rossio e o início da Rua Augusta, mas o aglomerado de caloiros concentrados na Praça D. Pedro IV fez a pequena comitiva parar e dirigir-se para o meio da confusão.
Entre apertos de mão e votos de "boa sorte", foi junto os caloiros de Direito que Garcia Pereira ouviu o maior elogio: "É o maior advogado de Portugal", gritou um, rapidamente aplaudido pelos futuros colegas que o rodeavam.
Mais tarde, em declarações aos jornalistas, o líder do PCTP/MRPP devolveu as palavras simpáticas.
"Tivemos oportunidade de ver entre os jovens, que nisso dão uma lição de democracia muito grande, porque, os jovens, mesmo aqueles que têm uma filiação partidária marcada ou uma escolha marcada têm aquele ponto de vista democrático que todas as opiniões se devem expor", afirmou.
Contudo, apesar das queixas da falta de oportunidade que é dada aos partidos mais pequenos para falar e expor as suas ideias, Garcia Pereira disse fazer um "balanço francamente positivo" da campanha.
"Defendemos ideias, procurámos o mais possível que elas fossem discutidas, relativamente a um país que está, de facto, à beira da catástrofe", declarou, lamentando, porém, que os maiores partidos tivessem transformado a campanha "num circo mediático".
Quanto às expectativas para domingo, o líder do PCTP/MRPP reiterou que o partido defende "com convicção a eleição de um deputado".
"A partir daí nada mais será como dantes se conseguirmos a eleição de um deputado do MRPP", vaticinou.

Esmiuçaram-me !!!


O esmiuçamento do sufrágio, dos Gato Fedorento, é um programa em directo mas a entrevista com o político é gravada. Fui esmiuçado esta tarde, por volta das 15 e 30… e o resultado pode ser verificado logo à noite, logo a seguir ao noticiário da SIC.
Até eu estou em pulgas para ver no que aquilo deu...

A Festa


O jantar de ontem terminou de ontem terminou já hoje, 200 pessoas encheram o pavilhão central do Mercado da Ribeira. Foi um grandioso encerramento simbólico desta campanha eleitoral.
Depois do bacalhau conventual, mousse de chocolate, salada de frutas e discursos como sobremesa. Discursos onde ouvi dizer que é preciso votar no MRPP, com a esperança de que, um dia, sejam outros a falar na Assembleia da República. Discursos de homens e mulheres livres, gente sem medo. Sem medo de ter medo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

No Tribunal de Trabalho

Visitei o Tribunal de Trabalho de Lisboa, enfim… local que conheço bem, como podem imaginar. Fui lá apresentar a minha solidariedade a todos os que ali trabalham com enorme esforço e abnegação, lutando contra a maré da estagnação imposta pelo Governo.
Neste momento, por exemplo, estão pendentes cerca de 16 mil processos. Situação que decorre de medidas tomadas pelo Governo, nomeadamente a decisão de extinguir a 3ªsecção de cada um dos cinco juízos do Tribunal e na retirada de muitos funcionários para outros serviços. Tudo isto conduziu ao entupimento do funcionamento do Tribunal de Trabalho e há neste momento julgamentos a serem marcados para 2011 e 2012… o que significa que muitos trabalhadores verão a sua causa chegar à fase de julgamento numa altura em que já nem têm direito ao subsídio de desemprego, com tudo o que isso significa de inutilização prática dos seus direitos. Aproveito ainda para me pronunciar contra o valor exagerado das custas judiciais, nomeadamente no campo laboral, o que provoca imensas dificuldades no acesso à Justiça por pessoas que perderam o emprego e, portanto, cuja subsistência está ameaçada.
Uma vez eleito, os problemas da Justiça serão uma das minhas prioridades.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

No i-online



O cabeça-de-lista do PCTP/MRPP às eleições legislativas mostrou-se hoje favorável à construção de uma terceira travessia do Rio Tejo, em Lisboa, e da aposta no comboio de alta velocidade, embora na "rota dos emigrantes".
"De facto, deve haver uma terceira travessia. É absolutamente urgente e permite concretizar a ideia de que o rio não pode separar as margens e impedir a circulação das pessoas. Em nenhuma delas (travessias) deve haver pagamento de portagens", defendeu Garcia Pereira, após um passeio de barco no Tejo.
A acção de campanha para o sufrágio de 27 de Setembro e para as eleições autárquicas de 11 de Outubro, nas quais Carlos Paisana será o primeiro da lista da capital do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado, visou alertar para o "laqueamento" da cidade relativamente ao rio, "fruto de uma entidade feudal como a Administração do Porto de Lisboa", e outros "crimes arquitectónicos" que impedem o aproveitamento deste "magnífico estuário".
"Lisboa deve ser um grande porto de passageiros e de mercadorias, que permita transformar Portugal na grande placa giratória de mercadorias e pessoas", reiterou Garcia Pereira.
O dirigente do PCTP/MRPP defende também uma "aposta séria no transporte ferroviário, o transporte do futuro", por ser "rápido, cómodo, seguro e amigo do ambiente", nomeadamente a alta velocidade.
"Agora, não é o 'TGV' para transportar uns quantos senhores a reuniões em Madrid. Tem que ser de passageiros e de mercadorias. Uma via de alta velocidade do Sul, Algarve, até ao Noroeste da Península Ibérica, na Corunha. O que permitirá fazer do Porto a grande capital regional do Noroeste da Península Ibérica", argumentou.
Para Garcia Pereira, a actual intenção governamental de construir a linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid não faz sentido e "só serve Espanha", para "roubar turistas ao Algarve e levá-los para a costa Sul espanhola".
"Deve ser um eixo transversal de entrada e saída da Europa. Aveiro, Vilar Formoso e Bordéus, no percurso tradicional dos emigrantes", concluiu.

No Diário de Notícias (via Agência Lusa)


O líder do PCTP/MRPP mostrou-se hoje crítico para com as políticas do Governo em relação aos deficientes, defendendo que a eleição de um deputado do MRPP representará uma voz na Assembleia da República pelos direitos dos deficientes.
"Um deputado do PCTP/MRPP pode e deve apresentar na Assembleia da República um conjunto de propostas de lei revogando medidas absolutamente gravosas contra os deficientes que foram sendo sucessivamente aprovadas por este Governo", referiu o candidato do partido às legislativas no final de um encontro com dirigentes da Associação Portuguesa de Deficientes.
As medidas que permitem às seguradoras "não realizar contratos de seguro ou agravar substancialmente" os prémios de pessoas com deficiência, o que tem como consequência, nota Garcia Pereira, o "não acesso ao crédito para a compra de uma habitação", são exemplo de normas que o PCTP/MRPP pretende trazer a discussão caso consiga eleger um deputado.
"É um dispositivo legal completamente em contradição com a declaração que o Governo português internacionalmente assinou", referiu aos jornalistas o líder do PCTP/MRPP sobre a referida medida.
Garcia Pereira destacou ainda na reunião com a Associação Portuguesa de Deficientes o "trabalho incansável" dos trabalhadores da associação "em prol da defesa" dos deficientes.
"As pessoas que se dedicam de alma e coração a estas causas sem nenhuma compensação pecuniária mas sim por convicção são invencíveis. Isto leva tempo, alguns de nós não estaremos cá quando algumas dessas batalhas forem vitoriosas, mas o futuro da história é de quem tem a força da razão e não de quem tem a razão da força", reforçou na ocasião o candidato.
O líder do PCTP/MRPP confirmou também aos jornalistas que sexta-feira estará presente no programa "Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios", mostrando-se o candidato "pronto" para enfrentar as perguntas do humorista Ricardo Araújo Pereira: "Dou-me muito bem com o humor", sublinhou Garcia Pereira.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Na Antena-1


Para quem não teve oportunidade de ouvir, a entrevista que dei a Maria Flor Pedroso, jornalista da RDP, aqui.

1800 trabalhadores em perigo !

Mensagem recebida através do email candidaturagp@sapo.pt (a que responderei urgentemente)e que publico na íntegra, como forma de denúncia imediata da situação:
Caro Garcia Pereira,
Escrevo-lhe para dar conhecimento da luta dos trabalhadores das Auto-Estradas, apesar dos nossos esforços, vemos com impotência o maior ataque aos nossos direitos, principalmente o direito ao trabalho. Em suma com a legislação aprovada por este Governo, juntamente com a renegociação do contrato de concessão, a maior concessionária deste país prepara-se para colocar em situação precária cerca de 1800 trabalhadores. Bem sei que os portageiros por vezes não têm uma imagem muito simpática, afinal somos nós que cobramos as taxas de portagem, mas ao fim e ao cabo somos somente trabalhadores que procuram um sustento digno para as suas familias. Esta reestruturação não beneficia o País (as portagens não vão ser mais baratas!), corta os últimos direitos destes trabalhadores e prepara a última ofensiva para o despedimento em massa. Temos tido muitas dificuldades na nossa luta e gostariamos de lhe poder entregar mais informação, para que possa comprovar a justiça da defesa dos direitos destes trabalhadores. Com os votos de uma sociedade mais justa.
(remetente identificado)

A Lei da Selva


Extremamente gratificante e enriquecedora a ida, hoje, à Associação Portuguesa de Deficientes. Trata-se de uma Associação que não se limita a prestar serviços aos associados sendo, fundamentalmente, uma estrutura de defesa dos direitos dos deficientes. A APD vive do trabalho inteiramente voluntário e gratuito dos seus dirigentes. Conta já com mais de 20 mil associados. Durante o encontro, a Direcção da Associação teve oportunidade de denunciar aquilo que classificou como actuação inteiramente demagógica e profundamente atentatório dos direitos dos deficientes, que foi a acção do governo de José Sócrates.
Na verdade, não obstante a assinatura de Declarações internacionais sobre os direitos dos deficientes e sobre a escola inclusiva, o que o Executivo depois fez foi aprovar leis em sentido exactamente oposto: a lei que passou a sujeitar ao pagamento de IRS muitos dos deficientes, a lei que passou a permitir às seguradoras agravar substancialmente o prémio ou mesmo recusar o seguro a cidadãos com deficiência (impedindo também a concessão dos empréstimos bancários para compra de habitação). Além disso, o Governo dispensou milhares de professores do ensino especial, e limitou gravosamente o acesso a este apenas às crianças com deficiências mais graves e de carácter permanente. Com Sócrates, as escolas deixaram de ter as condições materiais e logísticas indispensáveis para que o ensino especial possa ser adequadamente ministrado. Ou seja, e em suma, uma demonstração insofismável de como, também neste caso, Sócrates declarou ir fazer uma coisa, em prol dos mais desprotegidos e, afinal, fez exactamente o oposto.
Por isso, tive a agradável surpresa de verificar que a APD escolheu como lema para aquilo que devem ser as medidas da nova legislatura, um lema muito similar ao que eu próprio escolhi aquando das últimas eleições presidenciais e que proclama a exigência de "mudar de rumo!".
Tive a oportunidade de transmitir à Direcção da APD que se for eleito deputado, assumirei ser a voz dos deficientes no Parlamento e apresentarei de imediato propostas de lei revogando as injustiças agora aprovadas e postas em vigor pelo governo de Sócrates. Salientei também que este profundo desprezo pelas pessoas com deficiência é precisamente uma das vertentes do pensamento neo-liberal e do "darwinismo social" que o caracteriza, pregando a lei da selva e defendendo que só têm direito à vida os "normais" e os "perfeitos" e que os mais vulneráveis, das crianças e idosos aos doentes e deficientes, devem ser atirados para um canto como se de trapos se tratassem.

"Esmiuçado" pelos Gato Fedorento

Esta sexta-feira, 25 SET, vou ser "esmiuçado" pelos @gato_fedorento. É às 21h15 na SIC. Não percam:)

Reportagem na RTP: "O caso das escutas não está encerrado "

Convite: Jantar de encerramento da campanha


Jantar de Encerramento - Dia 24/09, Quinta-Feira

20 Horas


Restaurante "Comida da Ribeira" - Mercado da Ribeira - Lisboa


Inscrições pelo telefone: 213874302 ou pelo email: vota@garciapereira09.net
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Vão-se os anéis, ficam os dedos"


Estava já à porta das OGMA quando me chegou a notícia de que Cavaco Silva tinha demitido o seu Assessor Fernando Lima. Para alguns isso teria arrumado de vez a questão. Mas é exactamente o oposto. Sobretudo depois de o Presidente da República ter jurado nada dizer ou fazer sobre o assunto até às eleições, tal demissão, para mais sem qualquer explicação, não representa mais do que uma manobra do estilo de "Vão-se os anéis, ficam os dedos". Cavaco Silva continua, e agora de maneira mais reforçada ainda a ter de dar explicações ao País, a ter de pedir desculpa aos portugueses e a ter de renunciar ao cargo. Porque é óbvio que um Presidente que tem assessores como este, mesmo admitindo que ele tivesse agido sem instruções suas, que primeiro tenta "segurá-lo" a todo o transe e depois, apenas quando já não aguenta mais é que trata de o demitir, mas sempre sem assumir qualquer responsabilidade em toda esta trama lastimável, não pode merecer a confiança do País!

Em campanha, na Confederação Nacional da Agricultura e na OGMA

Com os agricultores

A campanha de hoje começou com um encontro com a Direcção da Confederação Nacional da Agricultura, em Coimbra.
Ouvi da respectiva Direcção inúmeras e importantes denúncias sobre a verdadeira situação de calamidade em que se encontra o nosso mundo rural e as responsabilidades dos sucessivos governos que nunca defenderam adequadamente em Bruxelas os interesses da nossa agricultura, nomeadamente nunca invocando o "interesse vital" do nosso País nas negociações na UE.
Fiquei também a saber que menos de 5% dos grandes beneficiários nacionais das ajudas públicas receberam mais de 95% do seu total. E que há apoios com atrasos de 2 e 3 anos apenas por incapacidade de resposta do Ministério da Agricultura e Pescas, sobretudo após a despensa de cerca de 3 mil funcionários. Tive oportunidade de concordar com grande parte das denúncias e propostas feitas, de realçar de novo que a primeira e principal questão é a de saber se queremos, ou não, ser auto-suficientes em matéria alimentar e, por consequência, se os nossos terrenos agrícolas são para ser cultivados ou para ser transformados em campos de golfe.
Esta é que é a grande questão da nossa Agricultura e por isso tenho sempre insistido nela.


Com os trabalhadores da OGMA

Durante a tarde tive oportunidade de participar numa distribuição do manifesto eleitoral da candidatura aos operários das OGMA.
A Delegação da candidatura dirigiu-se à porta das OGMA, em Alverca, onde foi muito bem recebida pelos trabalhores que saiam do respectivo turno. Não foi por acaso que escolhemos esta empresa. É de um sector absolutamente estratégico e nela trabalham operários do melhor que há no mundo. Tendo sido privatizada, é hoje pertença do consórcio europeu e está permanentemente dependente dos contratos que são ou não assinados, com os seus trabalhadores e em particular os que têm vínculos precários, a recearem a, já diversas vezes anunciada, possibilidade de despedimentos.
Esta é uma situação que o PCTP/MRPP dará voz na Assembleia da República.

Um País sob escuta, de facto

domingo, 20 de setembro de 2009

O sonho comanda a vida

Sonhar é o último dos direitos que nos querem expropriar e relativamente ao qual temos que nos bater com unhas e dentes. A circunstância de se pretender impedir que as pessoas aspirem a uma sociedade melhor e se pretenda apresentar em nome de ideais, contra-ideais perfeitamente oportunistas como “o pragmatismo”, quererem que as pessoas não tenham por linha orientadora, por bússola, o bater-se pela construção de uma sociedade melhor, eu acho que isso significa o grau zero da política.
Entre “grandes” e “pequenos” há 15 partidos que organizaram listas de candidatos a estas eleições. Comparem as propostas de cada um deles e escolham em consciência. Não vão em tretas.

sábado, 19 de setembro de 2009

Homenagem aos Homens do Mar


Hoje, às 9 da manhã, estivemos em Caxinas, Vila do Conde, para assistir a um simulacro de salvamento marítimo levado a cabo pela Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar. Fui a convite da direcção, do seu presidente, o Mestre Festas, mas não foi a primeira vez que assisti a esta acção que sempre me impressionou, de resto. Participámos também numa singela mas sentida homenagem, 1 minuto de silêncio, aos pescadores que perderam a vida no mar. Depois fomos para a sede da associação onde houve uma sessão de entrega de diplomas a personalidades e entidades que têm colaborado com a associação, a que se seguiu um almoço de confraternização entre os amigos, apoiantes e membros da associação.
Muito curioso foi que, nessa sessão que decorreu nas instalações da associação, vários oradores, designadamente o Presidente da Câmara da Póvoa do Varzim e até o próprio Secretário de Estado das Pescas, tomaram a iniciativa de referir o meu nome como uma pessoa amiga dos pescadores e preocupado com as questões da segurança no mar.
Por outro lado, quero salientar, também, o ambiente muito caloroso e muito carinhoso com que fui recebido, não apenas pelo Mestre Festas, o que já é hábito, mas por muitas outras pessoas que manifestaram o seu apreço pela candidatura, pela campanha, desejando felicidades. De facto, o dia de hoje foi uma lufada de ar fresco.

Em campanha, no Porto


Um livro, muitos amigos

Um magnífico anfiteatro cheio de amigos que me foram apoiar na apresentação do meu livro “Crónicas – Um país sob escuta”. É comovente estar rodeado assim por tanta gente. Obrigado a todos.
A apresentação do livro esteve a cargo de dois queridos amigos: o Dr.António Pires de Lima e o Dr. Joaquim Jorge.


Do que eles disseram guardo algumas frases que calaram fundo cá dentro. Desculpem-me a imodéstia, mas tenho que as reproduzir aqui…


Pires de Lima, ex-Bastonário da Ordem dos Advogados, disse que muitos anos depois de me ter conhecido, ainda continua à procura de descobrir qual a diferença de pensamento entre mim e ele. Velho e sábio, este meu amigo diz que não consegue encontrar divergências éticas quando lê as coisas que eu escrevo. Isto, vindo de alguém conotado com a direita política, é algo que não me pode passar ao lado. Mesmo descontando a amizade que nos liga… Eu sei que não é fácil alguém assumir, deste modo frontal, uma relação de amizade e solidariedade comigo.



O Dr.Joaquim Jorge, presidente do Clube dos Pensadores, além de ter escrito o prefácio, veio do Porto de propósito para este evento. Independentemente dos considerandos que teceu sobre o livro, registei o apoio inequívoco que decidiu dar à minha candidatura política. “A Assembleia da República ia ficar mais rica” garantiu ele à assistência. Bom, apenas posso acrescentar que não o deixarei ficar mal. Nem a ele nem a nenhum dos outros que me decidirem apoiar e votar nas listas do PCTP/MRPP.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Antes Pelo Contrário


Esta noite, pelas 21 horas, na RTP 1...
estarei no "Antes Pelo Contrário".

Convite, apareçam todos

O meu último livro, "Um país sob escuta" vai ser apresentado hoje, sexta-feira 18.
A sessão pública de lançamento é no Convento das Inglesinhas, em S. Bento.
Saiba mais pormenores aqui.
Apareçam, não pagam nada.

Carta a Biranta

Biranta é o nome de alguém que visita este blogue e comenta alguns dos textos que publico. Inadvertidamente apaguei um desses comentários e propositadamente não publiquei um outro. O motivo da não publicação deve-se ao facto de não querer misturar, nem aqui nem em lado algum, aspectos da minha actividade profissional com a acção política que desenvolvo. Quanto ao comentário que inadvertidamente apaguei, Biranta falava nele sobre o valor e o direito das pessoas se absterem nas eleições e quanto ao facto do PCTP/MRPP nunca ter conseguido uma expressão eleitoral significativa.
Para responder a este segundo comentário, opto por publicar abertamente a minha réplica, em estilo de “carta aberta”, até porque considero o tema capaz de provocar uma interessante discussão.
Assim...

Cara Biranta,

Acho que tem todo o direito de defender a sua opinião, mas sinceramente continuo a discordar na sua maior parte, ou seja, no que toca à “valoração da abstenção”.
Por um lado, o direito cívico de votar foi tão difícil de conquistar que só em circunstâncias muitíssimo excepcionais (exclusão ilícita de uma candidatura, fraudes e “chapeladas” generalizadas, etc...) é que entendo que poderemos prescindir de o exercer. Por outro lado, não é verdade que às forças políticas, como o PCTP/MRPP que nunca estiveram representadas nos órgãos do poder, já tivesse sido dada a oportunidade de mostrar o que valem. Aliás, foi precisamente para evitar que isso pudesse acontecer que em 1975 – coisa de que hoje muito pouca gente se parece recordar – o MRPP foi ilegitimamente impedido pelo MFA/Conselho da Revolução de concorrer às eleições para a Assembleia Constituinte.
Finalmente, enquanto o voto em branco ou nulo, por exemplo, é apesar de tudo um voto afirmativo e quase sempre de protesto, com um sentido bem claro, a abstenção – fora os casos da adopção de uma táctica, também perfeitamente clara e assumida, de boicote activo a uma qualquer farsa eleitoral (como o que se levou a cabo relativamente às eleições de 1973) – não tem um sentido claro, podendo abranger posições políticas totalmente distintas e até mesmo opostas.
Já quanto ao método de atribuição de número de deputados em proporção directa com o número de votos, concordo inteiramente com ela, afigura-se-me muito mais democrática do que o Método de Hondt (que determina, como se sabe, a desproporção de mandatos a favor dos partidos mais votados), mas a verdade é que rigorosamente nada tem que ver com a valoração da abstenção.
Em qualquer caso, e não obstante a nossa divergência, agradeço-lhe democraticamente as suas reflexões e o seu contributo para um debate sobre as questões da democracia e do seu aprofundamento que está muito longe de ser feito.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Em campanha, por Almada

Esta tarde andei por Almada, em campanha eleitoral. Um encontro com a Associação de Comerciantes e um passeio pela cidade resultaram num rol de queixas que aqui deixo expostas.
Os comerciantes dizem que a diminuição do poder de compra da população está a levar à ruína o comércio local, já de si asfixiado pela concorrência desleal das grandes superfícies e pelo “pagamento por conta” inventado pela antiga Ministra das Finanças de Durão Barroso (vade retro), dona Manuela Ferreira Leite e mantido até aos dias de hoje. A acrescentar a isto, a invasão de comerciantes chineses que importam e revendem produtos da China, onde a exploração capitalista assentou arraiais e escraviza o operariado de modo implacável.
Quanto a estes problemas, o programa do PCTP/MRPP aponta o caminho da produção de riqueza, da reanimação económica, assentes no trabalho qualificado, incorporação tecnológica, facilidade de crédito bancário, diminuição de impostos e abolição do pagamento por conta.
Reparei ainda que o comércio local almadense está a sofrer bastante com as alterações impostas ao tráfego automóvel e à circulação pedonal devido ao traçado do Metro de superfície. A cidade ficou cortada ao meio e as alegadas zonas pedonais não funcionam como tal porque os automóveis passam por lá livremente, provocando o afastamento do público desses locais devido à sensação de perigo provocada por essa promiscuidade entre peões e veículos motorizados.

Algumas destas questões são de âmbito camarário e terão de ser resolvidas pela edilidade mas, quanto aos impostos e ao programa de reanimação da economia nacional, contem comigo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um compromisso com os professores


No âmbito das minhas actividades da campanha eleitoral para as legislativas, recebi hoje um grupo de professores. Entre eles, Paulo Guinote, um dos que mais se tem distinguido na luta dos professores pela dignificação da classe profissional e na defesa dos direitos que lhes são devidos.


Esta é uma questão que conheço bem. Produzi dois pareceres sobre a legislação publicada pelo Ministério da Educação e muito contestada pelos sindicatos, mas há sempre desenvolvimentos e senti necessidade de ficar actualizado. E, infelizmente, as novidades não me parecem boas… segundo os relatos que ouvi, a situação nas escolas continua turbulenta e o ano lectivo, que começou esta semana, não promete a tão ansiada paz escolar…Acontece que em algumas escolas estão a contratar professores à margem da lei laboral, impondo cortes nas regalias sociais como, por exemplo, o não pagamento de subsídio de férias ou o compromisso de não fazer greve. Um pouco à semelhança do que já acontece no ensino universitário, parece que o Ministério se prepara para invadir o ensino secundário com professores sujeitos aos famigerados “recibos verdes”, sinónimo de total precariedade laboral.
A conversa foi longa e produtiva, mas interessa aqui dizer, em resumo, que assumi o compromisso de, uma vez eleito, continuar a defender a justa causa dos professores. Entendo que a escola não é uma fábrica e, portanto, não pode ser gerida como tal. A gestão escolar cabe a quem lá vive e trabalha. Os professores merecem dignidade, segurança, uma carreira sustentada por critérios de equidade e mérito profissional, não por critérios quantitativos definidos administrativamente e materializados nas infames quotas.
Os professores têm muito para batalhar, ainda. É verdade que quase todos os partidos políticos (hoje, na oposição) lhes prometeram apoio para a próxima legislatura. Mas sabemos bem como as coisas mudam quando eles passam da oposição para a “posição de rapar o tacho”. Uma vez no governo ou apoiantes do mesmo, as promessas eleitorais caem no esquecimento…
Não se deixem enganar, mais uma vez. Não votem neles. Votem no PCTP/MRPP.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Os palhaços de Deus


Vivemos numa época em que privilegiamos o efémero, o vistoso, o espectacular, o soundbite, o pico de audiência nem que seja à custa do sofrimento alheio e… no entanto, ou talvez por isso mesmo, não cuidamos dos nossos artistas, daqueles que fazem do verdadeiro espectáculo o seu modo de vida.
A noite passada, antes de ir para o Prós&Contras da RTP-1, juntei-me com alguns actores, artistas plásticos, intelectuais, para saber de boa fonte os problemas com que se deparam no dia-a-dia. E o que me disseram eles?



Rita Ribeiro falou que os actores são desempregados crónicos e não têm direito ao subsídio de desemprego. Entre espectáculos, ficam desempregados e não ganham. Mesmo com fome, têm de continuar a sorrir porque têm uma imagem a defender. Diz que os actores são os “palhaços de Deus”, mesmo que nunca recebam subsídio de Natal.


Da plateia, mais alguém acrescentou que a arte sempre foi olhada de soslaio, o artista considerado marginal, considerado subversivo, porque o poder sempre os olhou como suspeitos de promover a capacidade crítica do povo, ou seja, perpetradores de coisas perigosas.
De outra mesa veio a acusação de que em Portugal despreza-se de tudo um pouco, da memória à cultura e que não é por acaso que nas escolas os jovens não aprendem nada sobre o 25 de Abril.



Enfim, foi um início de serão bem construtivo para este candidato a deputado na próxima legislatura. Ainda mais para quem, como eu, tem uma sensibilidade aguçada para as questões de injustiça social e laboral. Na minha opinião, a situação de absoluto desamparado em que actores e outros artistas se encontram tem uma solução fácil: resolve-se com a extensão dos direitos sociais a todos os trabalhadores que passam os chamados recibos verdes às entidades patronais. Resolvia-se o problema dos actores e artistas e de mais 700 mil portugueses.
Será uma batalha para mim, no Parlamento.

domingo, 13 de setembro de 2009

Coisas que eu digo


- Os direitos em Portugal transformaram-se em serviços onde tudo tem que ser pago.
- Devemos ter um sistema fiscal assente num imposto único.
- Não se vê uma única ideia nova por parte dos partidos do arco do poder para combater a crise.
- Nós temos ideias: é eciso rasgar o modelo antigo e apostar num modelo novo com base num programa estrutural do estado.
- Esta crise deve-se ao modelo de desenvolvimento económico seguido nos últimos 30 anos introduzido por Salazar no final dos anos 60.
- Nas últimas eleições, pela primeira vez desde o 25 de Abril, depois de uma derrota do PS não houve um aumento do PSD. Há, por parte dos cidadãos, um repúdio por um destes partidos que não significa um aumento do outro.
- Somos o país com maior fosso entre ricos e pobres da Europa.
- Pela primeira vez desde 1918, em Portugal o número de óbitos foi maior que o número de nascimentos.
- Há mais de 50 mil jovens desempregados.
- E há outros 50 mil jovens que tiveram que emigrar, num remake dos anos 60.


Não queremos nada disto. Não votem neles. Votem no PCTP/MRPP.

Em campanha, pelo Norte


Sábado foi dedicado ao Norte. O dia começou em Vila Nova de Gaia pelas 10 horas da manhã. Visitámos a Associação dos Proprietários de Vila d'Este onde pude conhecer o trabalho social e o apoio educativo que desenvolvem junto da comunidade local, apesar das inúmeras dificuldades e falta de apoios que têm.

Na visita à zona habitacional fui abordado por vários moradores que se queixaram de várias injustiças e problemas sociais: reformas que mal chegam para o pão, vontade de trabalhar e falta de oportunidades de emprego...


No início da tarde tivemos um encontro na Póvoa Varzim na Associação Pro-Maior Segurança Homens do Mar. A falta de segurança dos pescadores é um tabu que governantes e políticos não dão qualquer resposta, como se queixou o Mestre José Festas: “O Paulo Portas mentiu-me! Disse que ia falar da segurança dos pescadores e não cumpriu… Devíamos ter a costa toda coberta com um helicóptero" – a opinião de quem sabe, o Mestre José Festas. E, realmente, os homens do mar estão à mercê da sorte. Por exemplo, o socorro a náufragos só está disponível às horas do expediente… e não é preciso ser “doutor” para se concluir que não faz sentido um serviço de socorro a náufragos ter horário de escritório…



A meio da tarde tivemos a oportunidade de visitar Moreira de Cónegos e conhecer um grupo composto por pessoas bastantes jovens e dinâmicas que se candidatam à junta de Freguesia. Na cabeça da lista está Anabela Oliveira, uma jovem brilhante, professora de profissão, que defende o slogan: “Mais que promessas, compromisso com o povo”.


Moreira de Cónegos não avança porque está parado há muito tempo. Podemos dizer o mesmo do nosso país!

Em campanha

*Hoje, em Alhos Vedros, o PCTP/MRPP apresenta as listas de candidatos às autárquicas. É na Academia 8 de Janeiro, às 18 horas.

*Hoje, ainda, estarei na Moita, nas Festas do Concelho.

*2ªfeira, 14. Vou à SIC-Notícias para a “Revista de Imprensa”. É em directo, cerca das 09h15.

*Ainda na 2ªfeira, participarei num encontro/debate com intelectuais e artistas, em Oeiras. O evento decorrerá no restaurante “Caçoila”, pelas 18h30.

*3ªfeira, 15. Visito o INEM, às 10h30, em Lisboa.

*4ªfeira, 16. Reunião com professores do secundário, na sede da minha candidatura, em Campo de Ourique, Lisboa.

sábado, 12 de setembro de 2009

Um país sob escuta


Para ler o convite, clicar na imagem.

É já no próximo dia 18, o lançamento de uma colectânea de crónicas – em forma de livro. A obra chama-se “Crónicas – um país sob escuta”, título que dispensa mais palavras sobre a coisa. Acho que vale a pena ler, gostava de vos ver por lá, quanto mais não fosse para vos cumprimentar.
A apresentação estará a cargo de Joaquim Jorge e António Pires de Lima, o que por si só justifica a ida.
O convite fica feito. Apareçam pelas 18 horas no Auditório da Caixa Geral de Depósitos, Edifício do Quelhas, Convento das Inglesinhas, que fica precisamente na Rua do Quelhas, 6 em Lisboa (ali pertinho de São Bento).

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

É proíbido

Esta tarde, nas escadarias de São Bento, fomos interpelados pela polícia porque estavamos a filmar a fachada do Parlamento sem a devida autorização. O caricato da questão nem era a filmagem propriamente dita, mas o local onde a câmara estava colocada. Para não infringir as regras, teriamos de descer as escadarias e filmar do passeio fronteiro.
Os polícias nem foram indelicados, apenas cumpriam ordens. Mas ordens estúpidas e sem sentido. O graduado de serviço desculpava-se com a Lei, sendo que não existe Lei que nos proíba de filmar em espaços públicos, como era o caso. O que se passa ali, é que a escadaria exterior do palácio é considerada parte integrante do conjunto arquitectónico e, como tal, está sujeita aos caprichos da dona Adelina Caldeira... a quem os senhores polícias obedecem cegamente, como convém.

Se o ridículo matasse, esta tarde teriam caído varados uns quantos polícias na escadaria de São Bento. Mais a dona Adelina...

Rádio e Televisão

A jornalista Fátima Campos Ferreira vai levar à pantalha um Prós & Contras com os chamados “pequenos partidos”. Vai ser assim uma espécie de bodo aos pobres, este programa protótipo da Tv dos Pequeninhos. Vamos participar, claro, mas não se julgue que com esta farsa de pluralismo nos enganam. O pequeno debate será na próxima 2ªfeira, na RTP-1 e está programado para as 22 horas.

Antes disso, podem escutar duas entrevistas que dei à rádio. Hoje, às 16 horas, na Antena-1 e amanhã, às 9 horas, na Renascença.

Em campanha, na Associação 25 de Abril


A Associação 25 de Abril abriu-nos as portas. Fomos recebidos por alguns elementos da direcção, nomeadamente pelo presidente, o “capitão de Abril” Vasco Lourenço.
Quase 35 anos depois, constatámos que o Portugal que Abril nos prometeu não se cumpriu… É verdade que acabou a PIDE, mas continuam a haver perseguições por razões políticas, o delito de opinião não consta dos códigos legais, mas existem listas negras em várias áreas profissionais destinadas a ostracizar activistas sindicais ou elementos de espírito independente que não se sujeitam a dobrar a espinha aos caprichos do chefe de serviço, as várias policias usam e abusam do poder, o corporativismo não desapareceu, a Justiça continua a ser uma balança desequilibrada a favor dos ricos e poderosos em prejuízo dos pobres e fracos, a corrupção grassa, o direito de manifestação foi instituído mas as polícias já voltaram a invadir sedes de sindicatos para identificarem activistas e organizadores de manifestações, regressou um certo tipo de moralismo serôdio, fascizante, que levou um magistrado a censurar um corso carnavalesco e um cabo da GNR a mandar apreender um livro que ostentava a reprodução de um quadro famoso na capa (mas era uma mulher nua!), temos eleições mas o “sistema” faz com que os partidos mais pequenos não tenham voz de modo a direccionar as opções de voto para os partidos do arco do poder… Não, este não é o Portugal que nos prometeram no 25 de Abril de 1974.


Vasco Lourenço e os outros dirigentes da Associação 25 de Abril concordaram com esta análise da situação e referiram que os problemas expostos têm reflexo mesmo dentro da instituição militar. Estes militares que fizeram a Revolução dos Cravos acreditam que estão a ser criadas as condições para uma “revolução de escravos”, dada a degradação social no país. Observadores atentos do que se passa, são de opinião que os partidos do poder falharam na sua missão, transformando-se em meros grupos de interesse, que não procuram governar mas, apenas, governarem-se…
Acredito que está na hora de começar a combater este estado de coisas, por dentro do sistema. Votem nas listas do PCTP/MRPP e ponham no Parlamento uma voz que jamais pactuará com as injustiças.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

António Pires de Lima, um amigo

A constituição da Comissão de Honra tem sido alvo de várias questões que gostaria de ver elucidadas. Uma dessas questões prende-se com a presença do Dr. António Pires de Lima. Alegam alguns que se trata de uma personalidade ligada à direita política e, portanto, um corpo estranho na nossa candidatura. Julgo que se trata da maneira errada de olhar para a questão.

Não quero saber se o Dr. Pires de Lima está ligado ao CDS. De facto, não sei mesmo se está ou não. Sei que ele é um marco na luta dos advogados pela Liberdade e Democracia, neste país. Sinto como uma honra que personalidades como ele, ou o Dr. Arnaldo Matos, por exemplo, tenham decidido integrar a Comissão de Honra desta candidatura.
Todos eles, são pessoas com as quais frequentemente dialogo, às quais já chego pela actividade quotidiana que vou desenvolvendo. Encontramo-nos em colóquios, oiço as suas queixas e reclamações. A constituição da Comissão de Honra não foi, propriamente, um projecto pensado com vista a ter um determinado impacto mediático ou outra coisa. Não. Foi a vontade de reunir as pessoas que representam a consciência cívica de que o país tem de despertar e que tem de correr com os responsáveis pela actual situação.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Em campanha, na ADFA

Eram jovens, sonhadores, apaixonados. Tinham a vida toda pela frente. O regime fascista incorporou-os, meteu-os num barco que os levou para longe. Desembarcaram em terras estranhas e foram enviados para combater. Muitos não voltaram. Os que voltaram, vieram diferentes. Mutilados, traumatizados, cauterizados. Em vez de sonhos, passaram a ter pesadelos. Em vez de esperança, amargura.
Trinta e cinco anos depois do fim das guerras coloniais, os deficientes das Forças Armadas continuam em guerra. Com os seus pesadelos e contra o Estado português que, em muitíssimos casos, continua a não querer cumprir com todas as obrigações devidas a quem lutou por ele.


Hoje, ouvi de viva voz o drama de quem ainda não viu ser-lhe reconhecida a condição de antigo combatente ferido em campanha, como é o caso de muitos soldados africanos que lutaram pelo exército português ou o caso de milhares de compatriotas que sofrem de stress de guerra incapacitante e que andam anos e anos para conseguirem uma pensão de invalidez. E há os casos das viúvas que nunca trabalharam, porque se substituíram ao Estado no atendimento aos maridos inválidos e que, hoje, não têm um tostão por esse trabalho heróico nem uma pensão digna da Segurança Social.


Hoje, disseram-me que o país tem de ser solidário com estes antigos combatentes que deixaram pedaços do corpo e da alma em África. E ouvi contar sobre as dificuldades que estes velhos soldados têm de passar quando precisam de substituir próteses ou de lhes fazer algum tipo de manutenção. O Hospital Militar tem listas de espera de 1 ano…
Com a idade, as deficiências físicas adquirem ainda maior penosidade e muitos destes homens precisam de encontrar um lugar no Lar Militar, mas não há vagas. Parece que estamos à espera de que eles morram de velhice para nos livrarmos deste problema…


Ouvi tudo isto e sei que eles têm razão. Reconheço que a vida e a luta destas pessoas é um exemplo, pela tenacidade e pela justeza dos princípios que defendem. O problema deles é que a ideologia dominante na nossa sociedade é uma espécie de proclamação da lei da selva, onde só os jovens e fortes, os belos e saudáveis têm lugar e futuro. Os velhos, os pobres, os deficientes são atirados para um canto como coisas sem préstimo…



Por isso vos digo que, para mim, a luta da Associação dos Deficientes das Forças Armadas não só é justa como uma inspiração contra a prepotência dos insensíveis e dos arrogantes.
Hoje, foi mais um dia de aprendizagem.